Tanto uma apuração interna da própria Portuguesa quanto uma investigação do Ministério Público apontam que ex-integrantes da diretoria da Lusa receberam dinheiro pela escalação do jogador Heverton na partida contra o Grêmio, pela última rodada do Brasileirão 2013.
As duas apurações indicam que tanto o ex-presidente do clube paulista quanto alguns dos seus ex-colaboradores receberam benefícios para escalarem intencionalmente o jogador que estava irregular e não poderia atuar naquela partida. Gerando com isso a perda de quatro pontos para a Portuguesa e, consequentemente, o rebaixamento do clube. O que gerou uma crise e, posteriormente, também o rebaixamento para a Série C do Campeonato Brasileiro em 2015 de um dos clubes mais tradicionais do futebol, além de culminar com a possibilidade de o clube vender, pelo menos, uma parte do terreno do também tradicional estádio Canindé, em São Paulo/SP, que pertence à Portuguesa.
"Há uma apuração de que no mínimo dois ex-integrantes da diretoria da Portuguesa receberam benefícios para que essa situação tenha ocorrido, e estamos convencidos disso", disse o promotor do Ministério Público de São Paulo que apura o caso, Roberto Senise.
Roberto Senise aponta como responsáveis pela omissão do erro que levou a Lusa a ser rebaixada ao ex-presidente Manuel da Lupa, o ex-vice-presidente Roberto dos Santos, o advogado Valdir Rocha, e ainda mais dois funcionários que não tiveram os seus nomes revelados.
Foi publicado, inclusive, no jornal "O Estado de S. Paulo", a informação de que o inquérito concluiu que a Portuguesa recebeu dinheiro para escalar de forma irregular o jogador Heverton, e que agora o Ministério Público de São Paulo tenta descobrir quem foi que pagou para que a Lusa cometesse o erro que levou o clube ao rebaixamento. E diz também que ainda não houve conclusão do inquérito e que há agendamento para as pessoas deporem até fevereiro de 2015. E ainda tem a investigação interna, feita pela própria Portuguesa, que visa descobrir quem participou desse esquema ou facilitou para que acontecesse para puni-los.
Pelo fato de o ex-presidente da Lusa vim sendo apontado como principal alvo das investigações, o presidente do Conselho Administrativo diz que pretende processar civil e criminalmente o ex-presidente Manuel da Lupa e cobrar dele até R$ 30 milhões pelo ocorrido. Até mesmo o técnico Guto Ferreira disse na última segunda-feira (10/11), quando ainda estava no comando do time, que "tinha ideia do que havia acontecido", mas que por falta de provas não podia "ficar falando" nada sobre o caso.
É importante lembrar também que no último dia 29 de outubro, o atual presidente da Portuguesa, Ilídio Lico, em entrevista ao jornalista Jorge Nicola, do Portal Yahoo, afirmou que teria sido "premeditada" a participação do atleta de maneira irregular, na última partida do Campeonato Brasileiro 2013.
Por João Calvet
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